30 de dezembro de 2024

Quando era criança e comecei a perguntar sobre a morte, tive a sensação que ninguém me estava a dizer a verdade. Nenhuma resposta respondia. Decidi pedir à minha mãe que me dissesse a verdade e, quando a apanhei sozinha, perguntei-lhe o que é que se sentia quando uma pessoa que nós conhecíamos morria. Estava sol, íamos de mão dada, sozinhas. A minha mãe olhou muito séria, muito alta, para mim e respondeu que era como se nos levassem uma parte. Não percebi o que ela queria dizer. Perguntei “Qual parte?” Ela continuou: “Como se te levassem uma parte do corpo.”