5 de janeiro de 2017

A primeira ópera que sobreviveu até à atualidade foi escrita para as bodas de Henrique IV e Maria de Médicis em 1600. É um trabalho de Jacopo Peri intitulado Eurídice, realizado após aquela que foi a primeira obra considerada uma ópera, Dafne, escrita aproximadamente no ano de 1594, no final do Renascimento, em Florença, por Jacopo Peri e Rinuccini, para um círculo de humanistas florentinos e atualmente desaparecida. As origens da Ópera são no entanto bastante anteriores, remontando à tragédia grega e aos cantos carnavalescos italianos do século XIV. Fui procurar esta informação, depois de, ao escutar uma peça na rádio, mais uma vez renovar o meu fascínio por este género. Não sei ainda porquê, mas creio encontrar ecos deste fascínio em algumas músicas da Pop, mais exatamente em músicas onde alguém grita. Como se apenas no extremo das vozes se encontrasse um limiar, a partir do qual tudo — e por tudo quero dizer também aquilo que é insondável — se descobre simultâneo na origem que o torna existente.