31 de outubro de 2016
"Já ninguém gosta de arte contemporânea. Eu só quero ver Monet.", dizia-me ontem uma amiga. O conceptualismo evoluiu para uma abstração excessiva que só o próprio autor pode decifrar: e ainda assim nada revelar ou acrescentar. Pelo menos no que diz respeito aos artistas portugueses, o pedantismo intelectual sobrepôs-se à atividade criativa, deixando a arte no esgoto, como uma matéria inútil. Passarão muitas dezenas de anos até que volte a aparecer um artista que rompa com o estado de coisas atual, pelo menos no que diz respeito à criação. No que se refere aos comportamentos e, enfim, ao caráter, tenho sérias dúvidas que venha a haver alguma alteração. O caráter das pessoas que trabalham em arte contemporânea em Portugal, define-se pelo mercado.