2 de novembro de 2014

sei menos que um animal que guarda a sua distância de aviso na vida. quem parte também aprende isso. e quantas vezes se parte? a cada instante, digo-me. debaixo da pele estão as casas, catástrofes que povoam o espaço como constelações minuciosas, cardíacas. são catástrofes prenunciadas, não como consequências de eventos externos, mas como revelações cujos ciclos de repetição, rotina, regularidade tranquilizadora, lidam com o inquérito repetitivo que impregna os vestígios da memória que nos perseguem. de forma extrema talvez, embora os seus recursos sejam escassos, a orgânica dessas catástrofes é paradoxal: o seu posicionamento não é localizável e mantêm com o espaço uma relação de analogia virtual, apenas existente em potência e nunca em facto.