17 de novembro de 2013

Como duas torradas, não acabo o café mas nunca o acabo, fico sentada na cadeira à mesa, com o computador à frente, a visão turvada, a turvar-se, no corpo o formigueiro da noite. Parece que espero mas não sei exactamente o quê nem tenho a certeza de ser uma espera. Apetece-me fumar, talvez seja isso, espero que passe o tempo para poder fumar, não quero começar a fumar demasiado cedo. O formigueiro ainda, espreguiço-me na cadeira. O gato vê e espreguiça-se também. De resto, nada. Na verdade, sei-o, o que espero é uma razão para me levantar da cadeira, como a fome me deu minutos atrás uma razão para sair da cama. Nada me resta senão esperar.
A luz já caía quando me levantei. Observo como a luz cai. Decido fumar um cigarro, depois de decidir que quero escrever. Para mim, é tudo uma questão de velocidade. Porque excluímos sempre a ideia de lentidão da palavra velocidade?