“A erva prostrara-se, a vida entorpecera-se. Agora tudo parecia infinito, petrificado pelo tédio: as colinas queimadas, escuras e verdes, violáceas no horizonte com as suas tintas discretas como a sombra, a planície com o seu fundo brumoso e, tombando sobre elas, esse céu que na estepe sem árvores nem altas montanhas parece terrivelmente alto e transparente. Que calor e que aborrecimento! A caleça corre, e, todavia, Iegoruchka vê sempre a mesma coisa: o céu, a planície, as colinas.”
Anton Tchekhov, A estepe (1888).
[Trad. Maria do Carmo Santos].