no meu sofá
deixo o gato
deitar-se sobre mim
e uno a minha respiração à sua
enquanto escuto
o restolhar da nespereira
diante da casa
nesses momentos
não penso nem reajo
a nada
constante ou inconstante
dou-me totalmente
para dentro da noite
torpe e corruptível
como um sapo no charco