28 de maio de 2018

numa das visitas que fiz ao Louvre, decidi ir ver a Mona Lisa. qual não é o meu espanto quando entro numa sumptuosa e larga sala onde o quadro, numa das paredes, está protegido por uma redoma de vidro. diante dele, uma multidão de turistas acotovelando-se aglomerava-se. aqueles que ocupavam os lugares mais atrás seguravam as máquinas fotográficas ao alto e apontavam disferindo flashes e olhando depois para os ecrãs. ninguém arredava pé dali. em bicos de pé, furando, alguns com crianças ao colo ou pela mão, procuravam chegar mais perto daquele que é tido pelo quadro mais famoso do mundo. perto dos cordões que delimitavam o acesso em torno dele, algumas pessoas demoravam-se e também tiravam fotografias. outros, mal chegavam voltavam costas e saíam da sala visivelmente desiludidos, quase ofendidos. nunca cheguei sequer a aproximar-me da zona em que está o quadro. sentei-me encostada à parede oposta e, atónita, fiquei a observar o magote. depois fui-me embora, reconfortada por nunca ter visto a Mona Lisa.