1 de novembro de 2017
os dois caminham abraçados. o grupo onde eu sigo vai um pouco mais atrás, não nos atrevemos a alcançá-los embora sejamos todos amigos. Z. vê-me a vê-los e vê-os também. somos os únicos que não fazemos mais nada senão observar, todos os outros conversam enquanto nós avançamos em silêncio. a mão de T. pousa na nuca dela e fá-la aproximar-se. está um pouco bêbedo e faz o mesmo que fariam todos os outros homens. ela encolhe-se um pouco, mas ri-se e tenta afastar-se dele que a puxa com força contra o seu corpo. nesse momento penso nas suas alegrias sexuais. o que se passava entre os dois não tinha nada de especial, nem perturbante nem comovedor e, no entanto, um pequeno nervosismo consumia-me. excluída de todo o contacto sexual ou amoroso, os seus vestígios não serviam para mais nada senão para tornar o ressentimento mais pungente.