em criança
incluía com frequência
nos meus desenhos
fábricas fumegantes
não porque conhecesse alguma
mas por gostar da
forma geométrica
dos seus telhados.
da janela do comboio
parado na estação
observo adolescentes
atravessar um
baldio abandonado
com ervas secas e altas
entre aglomerados
de prédios.
a fábrica e o baldio
são iguais.
pertencem ambos
à imaginação diletante
são forças obstinadas
com um vestígio de orgulho
impressas no horizonte
como no poema.