uma parcela de escuridão deveio uma forma maravilhosa, sagrada,
absoluta. não foi fácil conservar a sua limpidez, a ponto de acreditar
que um dia não se adaptaria à pele. separados por não sei quantas
sílabas, mergulhados numa obscuridade que nenhuma luz deturpou, podemos
encontrar beleza numa forma que se prolonga até ao infinito. uma
frequência atual confere-lhe densidade, vem-me à ideia as cores frescas
de uma flor cujo nome está escondido no longínquo jardim. o segredo é só
esse: as mãos penetram o espaço sem noção do tempo, com profunda
modéstia, e substituem todos os encantos, com requinte.