16 de fevereiro de 2016

Certos dons do espírito, como a inteligência e a ética ( por exemplo), são áridas, pouco atraentes, insípidas; para o mundo exuberantemente coisificado de hoje, não retém a atenção, muito menos a graça e o sabor do que se entende por 'esprit'. Por isso, precisamos nos corromper: vestir belas e estampadas roupas, vulgares maquiagens, rebuscada língua. Porém, o núcleo nu e cru da persona continua a ser duro e indivisível, como o lamento de um profeta ou a pata do pária. Mas silêncio!, ninguém pode saber.

Luiz Soares Júnior