Certos dons do espírito, como a inteligência e a ética ( por exemplo),
são áridas, pouco atraentes, insípidas; para o mundo exuberantemente
coisificado de hoje, não retém a atenção, muito menos a graça e o sabor
do que se entende por 'esprit'. Por isso, precisamos nos corromper:
vestir belas e estampadas roupas, vulgares maquiagens, rebuscada língua.
Porém, o núcleo nu e cru da persona continua a ser duro e indivisível,
como o lamento de um profeta ou a pata do pária. Mas silêncio!, ninguém
pode saber.
Luiz Soares Júnior