SEGREDOS PELO CAMINHO
A luz do dia bateu no rosto de alguém que dormia.
E esse alguém teve um sonho com mais vivacidade,
ainda que sem acordar.
As trevas bateram na cara de alguém que ia a andar entre a multidão,
sob os raios
impacientes e fortes do sol.
De repente escureceu, como quando cai uma bátega.
Eu encontrava-me num quarto com espaço para todos os instantes —
a sala de um museu de borboletas.
Ali, porém, o sol brilhava tão intensamente como antes.
Os seus pincéis impacientes davam cor ao mundo.
Tomas Tranströmer