6 de julho de 2015

SEGREDOS PELO CAMINHO 

A luz do dia bateu no rosto de alguém que dormia. 
E esse alguém teve um sonho com mais vivacidade, 
ainda que sem acordar. 

As trevas bateram na cara de alguém que ia a andar entre a multidão, 
sob os raios impacientes e fortes do sol. 
De repente escureceu, como quando cai uma bátega. 

Eu encontrava-me num quarto com espaço para todos os instantes
a sala de um museu de borboletas. Ali, porém, o sol brilhava tão intensamente como antes. 
Os seus pincéis impacientes davam cor ao mundo. 

Tomas Tranströmer