19 de novembro de 2014
que o sublime é o caos, e que nele apenas há absoluto, é a conclusão
melancólica a que Kant chega e que parece ser constantemente obliterada em prol da moral
reguladora. até mesmo os fascínios são dissolvidos perante a experiência silenciosa da beleza, de limiar decisivo, que nos liberta - enfim - da própria emancipação. é essa a comunidade possível, onde a identidade é uma incerteza, mera afinação de uma escuta e não uma construção. o íntimo desloca-se para o universal e o universal desdobra-se na estranheza, resposta inesperada, de uma alegria desmedida, porventura demasiado pura para o entendimento, que não nos deixa saber o que ela é para além de uma força que nos impele a deixar de ser e a aderir à expetativa que incessantemente é seu legado.