Para os usos correntes da vida, os gestos da mão emprestaram ímpeto à linguagem, ajudaram a articulá-la, a distinguir os seus elementos, a isolá-los de um vasto sincretismo simbólico, a ritmá-la e mesmo a colori-la de inflexões subtis. Dessa mímica da fala, dessas trocas entre a voz e as mãos,
resta alguma coisa daquilo a que os antigos chamavam de ação oratória.
Henri Focillon, Elogio da mão.