11 de outubro de 2014

Há textos que gostamos mais de escrever que outros. Talvez porque tenham aquele efeito de livro arrumado, acabado de ler, ao qual não voltamos com a mesma excitação porque sabemos que depois de escalado o muro há um jardim arruinado.
Há textos que escrevemos a que faltam degraus, como dentes, e essas faltas essas falhas, na antecipação de uma paisagem feliz, são a boca toda aberta ao vento.

Raquel Nobre Guerra