Há textos que gostamos mais de escrever que outros. Talvez porque tenham
aquele efeito de livro arrumado, acabado de ler, ao qual não voltamos
com a mesma excitação porque sabemos que depois de escalado o muro há um
jardim arruinado.
Há textos que escrevemos a que faltam degraus,
como dentes, e essas faltas essas falhas, na antecipação de uma paisagem
feliz, são a boca toda aberta ao vento.
Raquel Nobre Guerra