10 de junho de 2013
Em frente à estação de Santo Amaro de Oeiras,
encontro o café «Carioca's». As duas mesas da esplanada estão ocupadas
respectivamente por duas mulheres a fazer manicure uma à outra (o cheiro
do verniz chega à estrada) e por um grupo de mulheres que descansam as
pernas em cima das pernas umas das outras. Entro e o deslumbre
completa-se: em todas as prateleiras só há copos de cerveja e cerveja.
Salva-se uma prateleira dentro da vitrina que tem bolo de frango, bolo
de carne, bolo de galinha e bolo de
queijo. A prateleira abaixo dessa tem copos, muitos copos e canecas, no
frio claro, como é que ninguém tinha pensado nisso antes. As pessoas
tratam-me como se eu fosse a rainha de Calcutá, não só o casal que me
atende ao balcão mas também aquelas com quem me cruzo até chegar ao
balcão. A música que se ouve é um chorinho sertanejo seguido de um
chorinho sertanejo, se é que eu sei o que é um chorinho sertanejo mas na
parede há um quadro com a letra da música da Adriana Calcanhoto. Na
estação não se ouve uma mosca.